Como implementar SIEM para segurança cibernética?
Em um dos nossos últimos artigos falamos sobre o SIEM (Security Information and Event Management), onde mergulhamos sobre a importância do seu uso estratégico na cibersegurança. Vimos como ele atua como um “guardião” monitorando redes e analisando possíveis ameaças.
A ideia deste artigo é ir além e a aprender a colocar a mão na massa com um guia prático para implementar uma solução SIEM na sua empresa.
Fase 1: Planejamento estratégico e escopo
Antes de pensar em tecnologia, precisamos pensar em estratégia. A implementação de um SIEM não é apenas uma questão técnica, mas um projeto que deve estar alinhado com os objetivos do seu negócio.
1. Defina os objetivos
O que você quer proteger? Um SIEM pode fazer muita coisa, mas se você não tiver objetivos claros, pode acabar com uma ferramenta complexa e subutilizada.
Você deseja detectar intrusões? Fazer uma análise forense de incidentes? Ou talvez a sua prioridade seja a conformidade com leis como a LGPD?
Responda a essas perguntas e você terá um norte para todo o projeto.
2. Identifique os ativos mais críticos
Pense nos “tesouros” da sua empresa. São os servidores de banco de dados? As estações de trabalho dos executivos? Onde estão armazenadas as informações mais sensíveis?
Identificar esses ativos ajuda a focar o monitoramento e garante que você não gaste recursos em sistemas menos relevantes.
3. Faça um levantamento de fontes de dados
O SIEM é um agregador de informações onde-se coleta dados de log de tudo que é lugar, por isso você deve fazer uma lista detalhada: firewalls, roteadores, servidores (Windows, Linux), sistemas de nuvem, antivírus, e-mails e até mesmo aplicativos de negócios.
Quanto mais dados, mais visibilidade você terá, mas comece focando nas fontes mais relevantes.
Fase 2: Qual ferramenta escolher?
Com o planejamento pronto, você deve realizar um levantamento das opções de soluções open source que o mercado oferece.
Você encontrará, basicamente, dois grandes grupos de soluções:
De código aberto (open source): estas são opções que oferecem grande flexibilidade. São ideais para equipes com conhecimento técnico aprofundado para configurar e gerenciar a plataforma. O custo inicial é baixo, mas a manutenção e a curva de aprendizado podem exigir um investimento maior em tempo e esforço.
Já as soluções comerciais vêm com interfaces intuitivas, suporte técnico dedicado e funcionalidades avançadas, como IA (Inteligência Artificial) para análise de comportamento. Embora o custo inicial seja mais alto, a facilidade de uso e o suporte podem justificar o investimento, especialmente para empresas que precisam de uma solução rápida e robusta.
Critérios de seleção:
Ao avaliar as opções de ferramentas, considere os seguintes pontos:
- Funcionalidades: A solução oferece a capacidade de coleta de logs que você precisa? Ela tem recursos para automação de respostas a incidentes (SOAR)?
Certifique-se de que a ferramenta pode fazer o que você precisa que ela faça.
- Escalabilidade: Sua empresa vai crescer e o volume de dados de segurança também. A solução precisa ser capaz de acompanhar esse crescimento sem perder desempenho ou se tornar inviável.
- Custo-benefício: Olhe além do preço da licença. Considere todos os custos, incluindo implementação, treinamento da equipe, manutenção e suporte técnico.
- Integração: Verifique se a ferramenta se integra facilmente com a sua infraestrutura de TI atual, como seus servidores, firewalls e sistemas em nuvem. Uma boa integração garante que você possa coletar dados de todas as suas fontes importantes de forma eficiente.
Fase 3: Implantação e coleta de dados
Você planejou, você escolheu. Agora é hora de colocar a solução em prática.
O primeiro passo é decidir onde o SIEM será instalado: nos servidores internos da empresa (on-premise), em uma nuvem pública ou privada, ou em um modelo híbrido que combine ambos. Essa decisão deve considerar aspectos como custo, nível de segurança exigido, conformidade regulatória e facilidade de gerenciamento.
Após isso, a etapa da instalação e configuração deve seguir de forma criteriosa as instruções fornecidas pelo fabricante ou provedor da solução. A instalação pode incluir a preparação de servidores, definição de permissões, configuração de usuários e ajustes iniciais para que o sistema esteja pronto para operar com segurança e desempenho.
Após a instalação, o próximo passo é integrar o SIEM com os sistemas da sua organização como: firewalls, servidores, endpoints e aplicações críticas. Na maioria das soluções, isso é feito por meio de agentes coletores instalados em cada fonte de dados. Esses agentes garantem que os logs sejam enviados de forma segura, padronizada e em tempo real para o SIEM, permitindo uma visão centralizada e confiável dos eventos.
Fase 4: Monitoramento e respostas aos incidentes
Nessa fase você enxergará o verdadeiro valor do SIEM que é no seu monitoramento contínuo e na capacidade de reagir com agilidade diante dos incidentes de segurança.
Configuração de alertas
Defina critérios claros para disparo de alertas e escolha os melhores canais de comunicação (e-mail, SMS, integrações com ferramentas de colaboração ou diretamente em um painel central da equipe de segurança). O objetivo é garantir que nenhum evento crítico passe despercebido.
Fluxo de resposta a incidentes
Quando um alerta é disparado, o que acontece? Para não perder tempo em momentos críticos, estabeleça um Plano de Resposta a Incidentes (IRP) com etapas bem definidas:
- Investigação inicial: validar a gravidade e origem do alerta.
- Contenção: isolar rapidamente o impacto para evitar propagação.
- Erradicação: remover a ameaça identificada (malware, acesso indevido, vulnerabilidade explorada).
- Recuperação: restaurar os sistemas afetados e monitorar para garantir estabilidade.
- Lições aprendidas: registrar o incidente, ajustar processos e atualizar defesas.
Treinamento da equipe de segurança
Capacite sua equipe de analistas para que saibam interpretar os alertas, aplicar os protocolos de resposta e explorar todo o potencial do SIEM. O treinamento contínuo garante que a equipe responda com velocidade, precisão e confiança, mesmo em cenários de alta pressão.
Saiba mais: SIEM: A ferramenta que pode salvar de um ataque cibernético | Mindtek
Conclusão
O SIEM tem o poder de transformar um ambiente complexo em uma plataforma inteligente de monitoramento e defesa, capaz de identificar ameaças de forma proativa e oferecer a visibilidade necessária para proteger seus ativos mais valiosos.
É importante reforçar que o SIEM não é uma solução mágica que resolve tudo sozinho. Ele é um aliado estratégico, que exige planejamento, configuração adequada e manutenção contínua para entregar todo o seu potencial.
Quando bem aplicado, torna-se um pilar essencial na estratégia de segurança cibernética da sua organização.
Se você deseja implementar uma solução SIEM ou precise montar um plano estratégico converse com um dos nossos especialistas através do e-mail contato@mindtek.com.br ou pelo WhatsApp +55 21 99146-6537.
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