Explorando as camadas da internet:  Clear, Deep e Dark Web

Sendo o maior sistema global que contém informações sobre tudo (e quase todos), a Internet apresenta-se em camadas: visível, profunda e escura. Algumas dessas camadas possuem exponencialmente mais dados do que outras.

Ao longo deste artigo, exploraremos as diferentes camadas da internet – a “Clear Web”, a “Deep Web” e a “Dark Web”, revelando suas verdadeiras naturezas e funcionamentos.

Esta é a parte publicamente visível da Internet que a maioria de nós utiliza todos os dias e é acessada através de mecanismos de busca como Google ou Bing. 

A Internet é muito mais profunda e ampla do que qualquer um pode imaginar. Caso em questão, a “Clear Web” – que você conhece como World Wide Web (www) – representa apenas 10% de toda a web, com base em estimativas.

Assim, os quase dois bilhões de websites públicos aos quais pode aceder através de motores de busca – desde a Wikipédia até websites do setor público e sites de notícias – são apenas a ponta do iceberg. Embora esse número mude a cada segundo, a maioria das páginas da Internet permanece oculta do usuário médio diário.

Por que? Porque nem todas as informações que você pode acessar online pertencem ao domínio público.

Diferentemente da Dark web, a Deep web não é ilegal ou obscura. Ela abrange todas as partes da internet que não são acessíveis por meio de motores de busca tradicionais. Isso inclui bancos de dados privados, intranets corporativas, contas de e-mail protegidas por senha e muito mais. A Deep web é vasta e geralmente contém informações sensíveis que precisam de restrições de acesso.

Na verdade, você usa a Deep web como parte de sua rotina diária. Sempre que você faz login em sua conta de e-mail, acessa a conta bancária e as redes sociais, está na Deep Web. Ela hospeda informações que geralmente exigem um nome de usuário e uma senha para acessar, principalmente por motivos de segurança e privacidade. 

Quando as pessoas utilizam a Internet, elas acessam por meio de um computador ou dispositivo que tem um endereço IP único. Isso ajuda a enviar informações para o lugar certo, como um e-mail. O endereço IP também pode ser usado para monitorar a atividade de alguém na Internet.

A Dark Web é uma parte da internet que não é indexada pelos motores de busca convencionais. Para acessá-la, é necessário utilizar redes específicas, como a Tor (The Onion Router). 

Desenvolvido em meados da década de 1990 para manter as comunicações de inteligência dos EUA longe de olhares indiscretos, o Projeto Tor é o método preferido para acessar o conteúdo da Dark Web.

A designação “Tor” provém de “Onion Router” (roteador cebola), e sua tecnologia emprega três camadas de criptografia, juntamente a um método peculiar de direcionamento de tráfego online, tudo para assegurar um anonimato completo. Com uma combinação de proteções de criptografia robustas e a capacidade de redirecionar o fluxo da internet através de uma rede de retransmissões.

O objetivo dessa robusta camada de segurança presente na Dark Web é resguardar a identidade dos usuários, suas atividades virtuais e localização, preservando, assim, seu estado de anonimato.

Ao se utilizar do navegador Tor, os indivíduos na internet conseguem penetrar na Dark Web, interagir e compartilhar informações de maneira segura, tudo isso sem a ameaça de serem rastreados. A maioria desses usuários também se conecta a uma rede privada virtual (VPN), a fim de aprofundar ainda mais sua ocultação.

As pessoas que precisam da Dark Web para continuar fazendo seu trabalho perigoso – mas não necessariamente ilegal::

• Denunciantes;
• Ativistas;
• Jornalistas que devem proteger suas fontes;
• Agentes Jurídicos;
• Agências de inteligência.

Apesar do seu nome ameaçador, a Dark Web não é ilegal em si, nem é ilegal acessá-la. Porém, o fato inegável é que grande parte das atividades que acontecem na Dark Web estão relacionadas a ações criminosas.

Quais são alguns perigos da Dark Web?

• Você arrisca sua liberdade e pode enfrentar graves consequências legais

 Se você for pego comprando uma arma de fogo não autorizada ou drogas ilegais, ou acabar acessando um site de pornografia infantil enquanto navega na Dark Web, poderá enfrentar ações legais severas.

• Sem disposições de segurança

Esta camada da Internet não inclui disposições de segurança como as que você está acostumado na World Wide Web, como proteção integrada contra sites maliciosos em seu navegador. Por exemplo, tanto o Chrome quanto o Firefox alertam sobre sites perigosos que roubam seus dados em ataques de phishing. Isso não acontece no navegador Tor.

• Risco de infecção do dispositivo

A menos que você esteja protegido por uma configuração exclusiva de segurança cibernética, entrar na Dark Web significa que você corre o risco de infectar seus dispositivos com malware, ransomware e vírus cavalos de Tróia.

• Golpes financeiros

Com a natureza ilícita das conversas e interações na Dark Web, você pode até ser pego em uma fraude ou se tornar um cúmplice involuntário e correr o risco de ser processado

Concluindo, a Internet se divide nessas camadas, cada uma com sua própria função e características únicas. A “Clear Web” é a porção que utilizamos diariamente através dos mecanismos de busca convencionais, porém, representa apenas uma pequena fração do vasto ecossistema online. A “Deep Web” engloba informações protegidas por senhas e inclui atividades comuns, como acessar contas bancárias e e-mails pessoais. Por fim, a “Dark Web” oferece um ambiente de privacidade, permitindo interações anônimas, embora muitas de suas atividades estejam associadas a práticas ilícitas.

Embora a Dark Web não seja ilegal em si, sua falta de segurança e os riscos envolvidos em suas transações destacam a necessidade de cautela ao utilizá-la. Portanto, é crucial estar ciente dos desafios e das responsabilidades que cada camada apresenta ao navegar pela Internet.

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